domingo, 28 de fevereiro de 2010


UM OLHAR DO PARAÍSO

Como será ver o dia a dia daquele que tirou sua vida?

Ontem fui ao cinema e saí emocionado. Há muito tempo não assistia um filme tão bom. Fiquei impressionado. Recomendo a todos!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cenas de Amanda

       Amanda tem 30. Abre o licor...bebe no final do dia. Retira o sal, banha o amargO e prova novos modelos. Roda o cd, mergulha em sais; se atira na piscina! Desliga o ar, perde as chaves, não tem marido. Se banha com dove, shampus natura, perfumes importados, fragrâncias adocicadas. Escuta Shakira, Alanis e Led Zeplin. Tem um quadro do Chê, comprado na feira...um isqueiro europeu, um vinho do porto, um batom prada, um salto 18... Coleção de sandálias, uma bolsa victor hugo e um mp4. Ela acessa o orkut, vê novelas, lê romances, esquece de tomar o chá...almoça alface, se entope de torradas, de ansiolíticos e cigarros. Deixa ligadas as tomadas...Bebe cerveja, depila o corpo, fecha a cortina e abre o refrigerador! Aquece o banho, gela a noite... Lembra dos amigos que estão longe, esquece de telefonar para os que estão perto; Sonha acordada, acorda atrasada, quebra o despertador... conserta o motor. Acaba a gasolina, começa terapia, vai pra academia e volta do churrasco. Quer um cão, não come pães, liga pros pais e desliga o celular. Fecha um contrato, estraga o armário e abre a porta. Surpresa! Mais um aniversário... Alguém liga o som, todos repetem o mesmo refrão. Ela sai de cena e o dia acaba.


esse conto é o segundo da trilogia iniciada com Rosa em cena. Espero que apreciem!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

C O N T O

As pessoas sempre contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente ou através da escrita. O conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado em relação a este citado acima. O conto é a narração de um fato inusitado, mas possível, que pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja tão comum.

Como narrativa escrita o conto surge na literatura Brasileira durante o início do Romantismo, mas os autores românticos não conseguiram se destacar através desse tipo de texto. O primeiro grande contista brasileiro, Machado de Assis, iria surgir no início do Realismo, e seu nome se tornaria consagrado pelo brilhantismo com que dominava as palavras.

Além de fecundo na diversidade temática, os contos brasileiros são fecundos na produção. Talvez isso aconteça porque os contos produzidos no Brasil, principalmente a partir do modernismo, tem adquirido identidade própria e se manifestado das mais diversas maneiras, de modo que dificilmente são fiéis às características acima citadas.

Podemos até arriscar falar sobre alguns tipos de contos, como os contos alegóricos, os contos fantásticos, os contos satíricos, os contos de fadas, entre outros, mas não podemos traçar características fixas para eles, justamente devido a essa liberdade que os autores têm de imprimir novas características a cada conto que produzem.

Jason Thielke - ilustração


Rosa em cena


Rosa vestiu chita. Acordou apressada. Foi ao salão, costureira, Dona Cica. Pediu escova, tirar as barras das saias e diminuir os babados... Fez um corte de cabelo alado. Tirou franja, pintou as unhas, limpou os pés. Foi pra casa, fritou o quiabo.. Preparou o molho, cozinhou no azeite o macarrão. Descongelou a carne. Mergulhou o arroz, temperou o feijão. Do preto. Sentiu falta da calabresa, contou as moedas, visitou a vizinha...encheu o tanque... esfregou as calcinhas. Queimou a barra nova da saia. Gritou de raiva. Limpou a casa. Encerou o piso, varreu o quintal. Lavou a calçada. Ligou o som, encheu as formas de gelo. Passou um café. Queimou a tomada. Devorou o almoço. Foi ao orelhão. Derramou duas lágrimas, acabou o cartão. Passou na padaria, comprou pão, mussarela e mortadela. Contou os centavos. Pediu um cigarro. Visitou a vizinha. Encheu a jarra de gelo. A cuia de erva. Sentou na calçada. Tomou tereré. Deu oi pro amigo de escola. Comprou um cartão para celular. Ligou para prima. Amanhã vão almoçar... As duas adoram fofocar. Lembrar do passado, falar dos temperos, das novas roupas e invejar os sapatos. Pensou no trabalho. Lembrou do filho que um dia vai ter. Ligou a tv, o ventilador. Riu sozinha. Estourou a pipoca, abriu o livro. Fez sanduíches. Passou o café. Terminou de ler. Visitou a tia. Passou na feira, passeou na praça, tirou as sandálias. A noite acordava, o dia sumia. Olhou para o céu, apalpou as estrelas. Ia para casa, queria ir embora. Quem sabe um dia, não agora. Pintaria a casa, quem sabe outra hora. Juntaria dinheiro, voltaria para faculdade. Novos amigos... um amor do seu lado. Visitaria a mãe... diria ao pai que o ama. Tomou um banho. Pegou um livro, do Paulo Coelho. Ligou a tv...queria ver um filme...se embrenhou na leitura. Esquentou a janta...abriu a fanta. Lembrou da cerveja e sentou pra jantar...queria um sonho, mas tinha tantos...Ia terminar o sábado...
de Hugo Espíndola ( Esse conto faz parte de uma trilogia, que irei publicar com o tempo)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

espiral



{Lendo: Agatha Christie



Vendo: Desperate housewives/ gossip girl/ grey´s anatomy


Ouvindo: Mary J}


um começo...

Hoje à tarde no meu local de trabalho, alguém ia usar a expressão recomeço. Mas prontamente trocou por começo...Acredito que, nesse átimo de tempo, ela deve ter pensado em como pode ser cansativo recomeçar. É diferente, apesar dá conexão. Começar é nascer. Pronto. Tudo é novo, tudo é novidade. Isso causa diferença. Começar um ano, começar um novo trabalho, uma nova turma, uma nova casa, uma nova cidade. Apesar de algo familiar, é um novo começo;

Esse é meu segundo blog. Ou terceiro? Quarto? ... Esse é meu novo blog. Pretendo escrever cartas engarrafadas, como queria minha irmã. Escrever leituras imaginárias. Pensamentos sóbrios, insanos. Sentir as perguntas vivas, latentes. Sem senhas, com malabarismos. Embriagado pela ficção. Sinto-me um conto inventando-se agora. Um poema sendo impresso.

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"Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo



algumas estão fugindo assustadas.


algumas estão voltando pra casa.


algumas dizem mentiras pra suportar o dia.


outras estão somente agora enfrentando a verdade.


alguns são maus indo contra o bem.


e alguns são bons lutando contra o mal.


seis bilhões de pessoas no mundo,


seis bilhões de almas...


e ás vezes tudo que nós precisamos é apenas uma!"


( frase retirada do seriado one tree hill)