segunda-feira, 25 de abril de 2011
confesso
kaleo pensava muito em como matar aquele sentimento que doía-lhe o peito o tempo inteiro. Durante meses, martírio. a paixão por celeste era forte. paixão que não era correspondida. celeste não o queria. deixava claro, amizade era o sentimento que poderia existir entre eles. ele aceitou. ambos saíam, bebiam juntos e contavam segredos, dividiam o tempo. celeste tinha muito afeto pelo amigo. eis que um dia ela conheceu edgar. um garoto bonito e que encantou-a desde o início.
kaleo ficou enciumado, mas conversaram e ele decidiu que aceitaria. fez um esforço tremendo. dentro de si foi pisando nas flores, nos galhos, nos chocolates, foi passando com tratores nos castelos...
mas edgar passou...celeste continuou sua amiga...até que tempo depois ela conheceu jorge...paixão nem tanto, mas gostava dele e conversava com o amigo.
kaleo enciumou-se novamente, pois levantara todas as ilusões de novo...agora ela vinha com esse novo namorado.
kaleo não tinha mais chuvas
secou seus berros
foi ter com a amiga num dia qualquer, em que ela telefonara pedindo-lhe apoio. chegando lá não teve dúvidas: a mataria dentro de si. não queria mais vê-la. foi o que fez.
mas o amor nem sempre escolhe os melhores caminhos nem os do bem. ele abriu a garganta dela com as pontas mais afiadas... no peito disparou toda sua fúria, num silêncio brutal. a matou! mas não como quem atira numa barata. Pisou em seus desejos e espalhou no chão o sangue de sua busca. assim esqueceria todo o pesadelo e acordaria são e a salvo.
ela não respiraria mais. não o deixaria sentir a dor da rejeição. ela estava agora morta, assassinada....
e eu ainda tenho as mãos sujas do sangue
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A necessidade do outro. Sem ou, ou talvez. A dor a gente carrega, depois mata, e ainda continua a carregar na mochila. Não sei, mas creio que Cecília e Kaleo têm a msma coisa guardada dentro de si. Bonito no papel. Doído na vida real. Adriana Calcanhotto canta o peso nos ombros dos dois. A dor replica, pinica! Cecília tenta, mas ainda não consegui deixar de lado o peso nas costas. Se faz de Atlas do mundo contemporâneo, de intrínsecos ideais bem fundamentados na ética, e na lei do retorno. Mas o que ela ainda não vê é a força que Atlas tem, junto com a Lei do Retorno, sobre sua idéia mais profunda de que nada sabe, e que a vida acontece naturalmente aos que buscam viver, independente de respostas temporais. Mas ela tenta, e respira. Ela Cecília. Ele ainda vive lá dentro do casaco dela esquentando-a em sua psicossomatia de fábula, é seu asfalto e a rasga por dentro em todas as direções, ainda que o contato inexista. Mas ela continua a tentar não ser Atlas, em espanhol, numa Gibraltar tão distante feito Netuno.
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