sábado, 3 de setembro de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
"flagelo"
pedaços
entrecortados
entretantos
tantos
...
meus árduos, armado
descongelando...em águas mornas/ em tortas placas atropelando
deixo os pronomes ausentes, chega de substituírem
em caldas, meus dissabores.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Sonnet The Verve
My friend and me
Looking through her red box of memories
Faded I'm sure
But love seems to stick in her veins you know
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
My Lord
Why can't you see
That nature has its way of warning me
Eyes open wide
Looking at the heavens with a tear in my eye
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
My Lord
Sinking faster than a boat without a hull
My Lord
Dreaming about the day when I can see you there
My side
By my side
Here we go again and my head is gone, my Lord
I stop to say hello
'Cause I think you should know, by now
By now
My friend and me
Looking through her red box of memories
Faded I'm sure
But love seems to stick in her veins you know
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
My Lord
Why can't you see
That nature has its way of warning me
Eyes open wide
Looking at the heavens with a tear in my eye
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my Lord
My Lord
Sinking faster than a boat without a hull
My Lord
Dreaming about the day when I can see you there
My side
By my side
Here we go again and my head is gone, my Lord
I stop to say hello
'Cause I think you should know, by now
By now
Soneto The Verve Revisar traduçãoCancelar
Minha amiga e eu
Examinando sua caixa vermelha de memórias
Desbotada, tenho certeza
Mas o amor parece grudar em suas veias, sabe?
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto, meu senhor
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto meu senhor
Meu senhor
Por que você não pode ver
Que a natureza tem seu próprio jeito de me avisar
Olhos bem abertos
Olhando para o paraíso com uma lágrima em meu olho
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto, meu senhor
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto meu senhor
Meu senhor
Afundando mais rápido do que um barco sem o casco
Meu senhor
Sonhando com o dia que poderei ver você lá ao
Meu lado
Ao meu lado
Aqui vamos nós de novo e minha cabeça foi embora, meu senhor
Eu parei para falar oi
Pois acho que você já deveria saber,
A essas alturas.
Minha amiga e eu
Examinando sua caixa vermelha de memórias
Desbotada, tenho certeza
Mas o amor parece grudar em suas veias, sabe?
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto, meu senhor
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto meu senhor
Meu senhor
Por que você não pode ver
Que a natureza tem seu próprio jeito de me avisar
Olhos bem abertos
Olhando para o paraíso com uma lágrima em meu olho
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto, meu senhor
Sim, tem amor se você o quiser
Não parece como nenhum soneto meu senhor
Meu senhor
Afundando mais rápido do que um barco sem o casco
Meu senhor
Sonhando com o dia que poderei ver você lá ao
Meu lado
Ao meu lado
Aqui vamos nós de novo e minha cabeça foi embora, meu senhor
Eu parei para falar oi
Pois acho que você já deveria saber,
A essas alturas.
http://www.vagalume.com.br/the-verve/sonnet-traducao.html#ixzz1NBpKj82j
sexta-feira, 6 de maio de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
VISITA
Era final de tarde. Cheguei à cidade numa sexta-feira. As luzes tinham formato de estrela, amareladas. O asfalto novo, enfeitava a avenida, canteiros com flores violáceas, azuis, o verde já musgo pela luz da lua.
O centro da pequena cidade reduzia-se a algumas lanchonetes, duas padarias, bares, bancos, a prefeitura, outros órgãos públicos e duas praças. A mais central, charmosa, maior, bancos de alvenaria, brancos, postes de luz com globos enfeitados, redondos, uma fonte com estátuas de anjos sorrindo.
A igreja em frente à praça, imponente. As janelas imitam a arte gótica. O sino lá no alto e dois anjos pequeninos em cada extremidade do teto.
A noite acordava. Saí do hotel e fui caminhando pela avenida principal. Tive a impressão de estar numa cidade de vampiros, tendo em vista que não havia tanta gente durante a tarde como agora. Os quatro bares que serviam chopes, cervejas e outras bebidas enfeitiçadas, ferviam. Garotos, garotas, toda idade misturada. Famílias e amigos encontrando-se. A simpática garçonete cujo crachá a personaliza de Edir, me contou que não era assim toda noite. Apenas nos finais de semana. Algo que eu previa.
Sábado de manhã. Às 8 horas eu estava na padaria comendo um gostoso pão de queijo, enorme, suculento e um copo de suco sem açúcar.
Meia hora depois eu estava abrindo a porta da velha casa. Gafanhotos e morcegos devem ter herdado esse lugar. Aranhas seduzem outros insetos e os arrastam para suas teias. A poeira encontrou abrigo.
Moveis escuros, mobília pesada, antiga, fazendo companhia com lustres vindos de fora há anos.
Abri a janela da sala principal. Isso depois de puxar com delicadeza as pesadas e longas cortinas de tecido, sua brancura adormeceu em meio ao pó não limpo.
Nessa sala principal havia dois ambientes, uma mesa de madeira e verniz, oito cadeiras estofadas com assento dourado, no meio um castiçal prateado. Certamente uma jóia. A sua frente a combinar um armário servindo de aparador. O abri e avistei os aparelhos de jantar, lindos. Porcelanas, vidro, e até taças de cristal. Sem nenhuma violência quebrei uma delas e meu dedo se furou. Uma gotícula de sangue espalhou-se no belo tapete que aparava a mesa.
Lavei a mão na pia da cozinha mesmo. Retornei pelo longo corredor, onde havia cinco portas. Os quartos, de portas fechadas. Abri aquela que reconheci. Adentrei. A mesma cama, de solteiro. O abajur que iluminava minhas leituras no mesmo ponto. A prateleira com os livros. O armário quase vazio, não fossem os lençóis, o cobertor que minha avó deu-me de presente. E travesseiros com fronhas azuis, bordadas com desenhos de mar.
Escutei um raio. Lá fora o tempo se armava. A chuva já molhava o canto dos meus olhos. A minha memória veio carcomer os utensílios que ali ficaram.
Vi a casa grande, de cor rosa, cheia de pessoas. Meus cinco irmãos. Meus avós felizes. Meus pais tentando forjar a felicidade. Meus sobrinhos correndo pelo jardim. As azaléias ventando para não serem quebradas. Os pássaros em espetáculo passando pelo céu e rasgando nossas fantasias.
Vi os amigos dividindo segredos, sendo ajudados por meu prestativo pai. Sendo gentis com minha adorável mãe. Vi meus avós partindo e desde então todas as partidas. Como se um raio partisse minhas lembranças ao meio.
Olhei o quintal do fundo, a chuva orvalhando a roseira sem rosas, a mangueira alta, da qual quedei algumas vezes. Molhando a parreira sem uvas, os limões que não paravam de cair. A varanda ainda tinha o mesmo fogão a lenha, a mesma mesa de dez cadeiras e a mesa redonda de quatro cadeiras, a primeira quando meus pais se casaram.
Fiquei ali, imóvel.
Minha irmã mais velha apareceu sorrindo em meu devaneio.
Loucura parar e lembrar?
Escapou um sorriso e correu alegre, festeiro pela sala.
Fechei a velha casa, o rosa desbotado. Olhei a pequena cidade, renovada, cinzenta agora após o temporal. As folhas verdes bem vivas antes do anoitecer.
O ônibus partia e eu olhava a vista da pequena cidade que sumia atrás dos vidros.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
confesso
kaleo pensava muito em como matar aquele sentimento que doía-lhe o peito o tempo inteiro. Durante meses, martírio. a paixão por celeste era forte. paixão que não era correspondida. celeste não o queria. deixava claro, amizade era o sentimento que poderia existir entre eles. ele aceitou. ambos saíam, bebiam juntos e contavam segredos, dividiam o tempo. celeste tinha muito afeto pelo amigo. eis que um dia ela conheceu edgar. um garoto bonito e que encantou-a desde o início.
kaleo ficou enciumado, mas conversaram e ele decidiu que aceitaria. fez um esforço tremendo. dentro de si foi pisando nas flores, nos galhos, nos chocolates, foi passando com tratores nos castelos...
mas edgar passou...celeste continuou sua amiga...até que tempo depois ela conheceu jorge...paixão nem tanto, mas gostava dele e conversava com o amigo.
kaleo enciumou-se novamente, pois levantara todas as ilusões de novo...agora ela vinha com esse novo namorado.
kaleo não tinha mais chuvas
secou seus berros
foi ter com a amiga num dia qualquer, em que ela telefonara pedindo-lhe apoio. chegando lá não teve dúvidas: a mataria dentro de si. não queria mais vê-la. foi o que fez.
mas o amor nem sempre escolhe os melhores caminhos nem os do bem. ele abriu a garganta dela com as pontas mais afiadas... no peito disparou toda sua fúria, num silêncio brutal. a matou! mas não como quem atira numa barata. Pisou em seus desejos e espalhou no chão o sangue de sua busca. assim esqueceria todo o pesadelo e acordaria são e a salvo.
ela não respiraria mais. não o deixaria sentir a dor da rejeição. ela estava agora morta, assassinada....
e eu ainda tenho as mãos sujas do sangue
sábado, 26 de março de 2011

quero um esconderijo onde possa me cuidar. Onde me sinta seguro. Um lugar paradisíaco, onde humanos estejam vivos. Onde os humanos não sejam robôs, onde os insetos sejam menores e não dominem.
Só quero me proteger. Desse caos...ai, o caos...
o mar sangra
os rios estão sujos
labaredas de pó químico contaminam o ar, os pulmões, a sobriedade
serpentes se arrastam, carros voam
vulcões choram, o céu se abre, a chuva implacável alaga as esperanças!
sexta-feira, 25 de março de 2011
eu tento
tento fazer mas desisto
tento correr mas canso
tento amar mas me engano
tento me achar mas me perco
tento me perder
mas te encontro
tento ir mas já estou de volta
tento voltar mas o tempo não pára
tento voar
mas não tenho asas
tento odiar
mas não tenho força
tento ficar
mas não tenho lugar
tento ter
mas nunca tenho
tento tudo
mas me vejo sem nada!
segunda-feira, 21 de março de 2011
vício
O seriado Desperate Housewives tem início com o suicídio da narradora. A partir de então, ela narra a história de suas amigas que sobrevivem ao subúrbio de Wisteria Lane. Susan, Lynete, Bree e Gabrielle domam suas vidas e lutam para não perder uma "guerra" nenhum dia. Apoiadas umas nas outras, mesmo em meio a mentiras e pequenos segredos, elas desafiam as regras sociais para proteger suas famílias do que for preciso e se for necessário extirpar o problema dentro da própria casa, elas não medem esforços. Unidas pelos jogos sempre revezando na casa de uma depois da outra têm sua amizade invejada pela estonteante Eddie. Susan é atrapalhada e romântica, tenta esquecer o ex-marido que a deixou pela secretária e tem a filha desenvolvendo o papel de sua mãe. Lynette queria ser independente e uma grande publicitária, mas abandonou a carreira para que o marido trabalhasse e ela tomasse conta dos filhos, desajeitada e sempre cansada da tarefa de dona de casa, é uma leoa na hora de defender os seus. Bree é perfeccionista em tudo, no cabelo sempre alinhado a base de laquê, as roupas limpas e clássicas, a casa em ordem e a família em desordem. Para manter tudo aparentemente limpo ela varre qualquer sujeira de sua vida, custe o que custar. Gabrielle Solis era uma modelo internacional de fama quando deixou tudo e foi viver no subúrbio com um poderoso mexicano. Lá ela foge do dever de ser mãe e tenta manter ao menos a boa forma. Grifes caras e regimes absurdos fazem parte da sua rotina. Superficial até a medida em que vê os seus afundando. Aí ela mergulha fundo até suas profundezas para encontrar uma solução.
O seriado conta com diversos personagens que vêm e vão, aparecem e somem para somar juntos as protagonistas histórias cômicas e divertidas, mesmo que para isso seja necessário puxar um gatilho!
domingo, 20 de março de 2011
Sonho
Ele já está lá te fazendo companhia
mas talvez você insista em não vê-lo
E segue tateando, chorando
Em busca de um ser
Que não passará de um fruto de tua imaginação!
desejo
Cuidado com o desejo...ele é perigoso
muitas vezes nos leva ao céu
em outras ao inferno!
...o desejo vem de mansinho ou de repente, avassalador!
rasgue os bilhetes
desligue as linhas de telefone
tranque as portas.
será melhor apenas observar o fogo
ou tocá-lo com o dedo
para ver quanto incêndio causa? (hugo espíndola)
terça-feira, 1 de março de 2011
rendas, tule e buquê...
Guto cresceu numa pequena cidade no interior de Mato grosso do sul - novo horizonte...
lá as casas não têm muros altos e todos se conhecem e se ajudam.
guto sonhava se casar quando era menino ainda. E seu marido seria noa, um amigo do colégio.
...guto bordou os lençóis, comprou um buquê de rosas vermelhas e licores caros.
o sexo seria guardado não fosse a chegada de ana, para levá-lo numa festa, embriagá-lo e deixá-lo seguir o desejo momentâneo...
ana tornou-se sua melhor amiga...foi a ela que contou seu sonho.
Os dois iam juntos ao colégio, ambos já no ensino médio.
guto ainda sonhava com noa...e noa era seu amigo agora.
Os dois iam juntos às festas e ana fugia quando noa queria beijar-lhe os ombros, apertar-lhe os peitos
ela enrijecia e fugia, corria louca e bêbada para não trair a confiança do amigo.
prestes a fazer dezoito, guto tomou coragem
revelou seu segredo a noa...
mas noa lhe contou os seus sonhos, casar com uma mulher ter filhos
guto ficou triste mas não deixou noa ver suas lágrimas, foi pra casa e apertou o estômago...não havia o que chorar
mas a chuva molhou o teto, molhou a noite e enfeitiçou a madrugada!
guto decidiu ir embora... arrumou sua mala, passou na casa de ana e se despediu, ela quis ir junto, mas...
quando já estava em são paulo, trabalhando como garçom e estudando teatro escreveu uma carta a noa
não acreditou quando abriu sua correspondência e lá estava a resposta...
ele comprou rendas, tules e um novo buquê
... tudo guardado no mesmo baú! até hoje... mesmo que quinze anos depois... guto sonha
abre os olhos, vira de lado e sente o cheiro do seu sonho... não é o mesmo rosto, nem o mesmo amor!
mas guto enfim, se casou.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Acabo de chegar do cinema. Fui com meus amigos Cido e Natalie assistir ao filme "Burlesque". Estava ansioso para ver há algum tempo. Ao começar o filme, as imagens bucólicas representam um sonho comum. Comum à algumas pessoas que crescem numa pequena cidade. Conta o sonho da jovem Ali. A mocinha que sonha tornar-se famosa, mas não é uma ingênua garotinha e sim uma jovem destemida e ousada, assim como a sucesso exige que as pessoas sejam. Cristina Aguilera atua como canta, de forma brilhante. Cher brilha como sempre brilhou.Como uma diva consagrada do show business. Ambas atuam em seus papéis como devem. Cher como uma lenda que conhece o palco mais do que ninguém, Aguilera como uma estrela que dá seus primeiros passos para o que melhor sabe fazer: a música. As coreografias são uma dança celestial aos olhos do espectador. Uma história simples contada como um grande espetáculo musical. Otimo filme!
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
RINA
Todas as noites ela sonhava com o garoto do sorriso cativante. Ele era alto, cabelos encaracolados, moreno e encantador. O sorriso dele abria caminhos! Ele tocava flauta viajando o mundo. Por onde passava seduzia a todos com suas canções. Certo dia, na aldeia distante onde Rina vivia com sua família, ele chegou. Trouxe consigo suas histórias de mudar o mundo e ajudar os mais necessitados. Rina, a menina de olhos puxados, percebeu que seus pensamentos não eram somente dela. Toda vez que o via, seu coração acelerava, suas veias corriam como a correnteza de um rio. Ela descobriu a alegria. O medo de algo que ela não conseguiria explicar aplacou no seu peito. Decidiu então escrever a ele uma carta. Nela, teceu cada detalhe de suas observações sobre o menino. Ele leu, enviou a ela uma rosa vermelha.
Ela descobriu um novo sentimento; nunca antes havia sido tão feliz.
Mas
Chegou o dia em que ele partiu.
Deixou com ela um papel com uma bonita letra de música e disse que gostaria que ela partisse com ele.
Mas ela não poderia deixar sua aldeia, as crianças que ela ensinava. Sua família. Chorou a noite cheia de estrelas...
Ele foi embora com seu sorriso carregado de tristeza.
Ela ficou juntando os pedaços de si mesma... A cada dia novo recolhendo cada lembrança, cada gesto do amor que apenas brotou.
Todas as noites, ela ia ao jardim de sua casa e sozinha, bem calada chorava
Cada lágrima adubou a roseira. Cada gota fez nascer uma rosa, rosas vermelhas.
Por onde andaria aquele menino após tanto tempo?
Ainda se pergunta a menina de olhos puxados e coração tristonho.
Na aldeia em todas as casas, há muitas roseiras.
Rina as planta, as colhe e as vende. Assim ajuda a cidade crescer.
Sua dor tornou-se o sustento das famílias da pequena aldeia Novo Horizonte.
Sua dor aduba a alegria das pessoas.
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O relógio
O alface enfeitava de verde o prato de janta. Bruno comeu pensando, pouca fome. E olha que a fome sempre é muita. Nesse horário então. Mas hoje uma tristeza invadiu o pensamento dele. Bruno não conseguia pensar em nada a não ser na sua perda. Ele guardou durante muito tempo um pequeno relógio que ganhou de seu amigo na escola. Esse amigo chamava-se Otávio. Foi embora há uns dez anos para São Paulo. Nunca mais se viram. A única lembrança para Bruno de Otávio era o relógio. Que agora estava perdido. Bruno foi para o quarto, trancou a porta e pensou tristonho naquele amigo e na lembrança. Ligou o computador, acessou o facebook. Leu as mensagens e os comentários de seus amigos. Por último havia uma solicitação. Ao ver a foto não reconheceu. Mas pelo nome, não podia acreditar. Era Otávio Suél. Seu velho amigo. Mas que diferente estava nas fotos. Como mudou. Não tem mais a pele de um menino. Os olhos vagueiam na idade. Ficou um tempo olhando e no outro dia conversaram e trocaram messenger. Nas férias ano passado Bruno foi visitar Otávio em Sampa. Se falam sempre, a amizade mudou, cresceu. Eu penso sempre nessa história desse meu amigo Bruno quando alguém diz sobre as coisas finitas. E lembro que nada é finito. Tudo ser retomado. Reformado, revivido. A vida caminha, muitas vezes em círculos, mas nunca fechados.
domingo, 30 de janeiro de 2011
O sonho de Marisa
Marisa deitou cedo. Apagou o cigarro, desligou o pensamento. Ao fechar os olhos não imaginava o sonho. Sonhou com o amor. O amor que ainda não conhecia. No sonho, ela andava pela rua, quando de repente encontrou um jovem de dezoito anos, dois anos a mais que ela. Ele era alto, moreno, bonito. Para os seus gostos. Os dois conversavam, sonhos são acontecimentos truncados, enredados, sem entendimento racional. O amor estava posto. Ela encontrava-o para casar. Vestida de branco, ele no seu uniforme de herói. Ela, pronta para viver. O beijo. Acordou sossegada. O sol raiava pela janela. Ela sorriu e contentou o coração. Marisa olhou-se no espelho. Sorria, de felicidade pelo sonho. Apenas um sonho. Mas não se sabe. A vida para uma mocinha de dezesseis é ainda uma inteira. Marisa enfeitou seu dia, perfumou seus desejos e saiu, pronta para amar. Não se sabe se o sonho seria real. Ou quem sabe, a realidade seria outra, próxima do sonho. Mas o bom era ter sonhado. Sonhado com o príncipe encantado!
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
CISNE NEGRO é um filme perturbador. Perturba pois mexe com o desejo, principalmente o desejo de perfeição. A perfeição nunca é alcançada, mas a buscamos constantemente. O que diferencia em Nina é que não há controle sobre essa busca. O medo de fracassar é tão grande e fatal que a torna escrava de si mesma. Na medida em que o cisne negro entra em cena, suas asas negras dão o tom da fantasia, que perpetua a terrível busca da protagonista. Uma louca transitoriedade entre o real e o imaginário, num profundo vôo, marcado pelo medo e pelo desejo. A arte e o desejo se aproximam pela energia do sexo, pela sede de se deleitar no prazer sexual. Nina está tão enredada nessas tramas que suas penas vão brotando pelos ombros numa animalesca melodia. O cisne branco morre em favor da vilã. O espelho reflete os atos brutais contra a vida. Mas numa ingenuidade fragilizada e hostilizada por princípios artísticos e desumanos.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Menino do mato
O menino usava botas. Estavam sujas de barro. O estilingue preso nas mãos. As mãos sujas de infância. O rio se alastrava manso. O som do passarinho melodiava a trilha sonora constante. O menino procurando uma aventura naquele mundo imenso. Mundo seu. O bosque escondia o perigo. Mas não para ele. Que conhecia os bichos, os ninhos, os nichos, as cobras, as margens e as dobras. O fundo do rio azul dava para um novo mundo. A pequena ponte improvisada de árvore caída de raio, servia de passagem para outro mundo. Sua vida era muita, aos dez anos. Seu dia era enorme. Seu sonho estava ali.
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